sábado, 16 de julho de 2011

Delírio


Corpo belo, delineado.
Torneado de desejo,
Moldado por meu desejo
Por meu gosto,
Por meu modo.

Meus olhos se escondem,
Mas me denunciam
Ao te ver
Te desejar,
Te querer.
Por querer te possuir,
Como se por só um olhar
Possa te ter.

Nádegas,
Cochas,
Costas,
Barriga,
Tórax voraz,
Circundados pelo desejo.
Pelo delirante beijo,
Da íris dos meus olhos,
Pelo corpo dos meus pensamentos.

Cochas grossas,
Redondas.
Músculos.
Pêlos poucos.
Pouco louco,
Mas fortes devaneios.
Olhos verdes,
Castanhos,
Amarelos,
Ficam vermelhos
Meus olhos
De sede
De fogo
De colo
De cio de ti.

És jovem,
Sou moço.
És pele,
Sou carne.
És homem,
Sou louco.

Venha



Me grite!
Pare!
Siga,
Sem medo,
Sem gelo,
Sem pressa,
Sem fome!

Com fome!
Coma,
Rasgue,
Urre,
Berre,
Seja!

Deseja !
Me deseja!
Me tomes!
Me beija!
Me olhe!
Me molhe!
Me tenha!

Busca



Tento me perder
Tentando me encontrar
Em sussurros ensurdecedores
De uma alma vazia
Cálida
Pálida
Ávida
Sedenta de sede
Com sede de calor
Exausta de frio
Cansada de dor

Cansada 

Caçador de Mim



Busco uma forma de me encontrar
Um jeito de toca minha alma
E sorri olhando nos meus olhos
Ao ver o meu reflexo em minha própria íris
Sabendo que enfim
Me encontrei

Buscar em formas não abstratas
Em sonhos não surreais
Em visões nada fantásticas
Apenas na simplicidade
Um puro eu em mim mesmo
Em simplicidade
Um supra-sumo de mim
Sem sexo, sem roupagem, sem idade

Sem regras a seguir
Sem lemas a gritar
Nem partidos tomados
Sem odiados e sem amados

Armado somente com a alma
Pura em aura
Limpa de mim

Quero encontrar esse eu
Buscar sem procurar
Sonhar
Sem ter que acordar