sexta-feira, 19 de junho de 2009

Imaginação

És tu oh cavalheiro distinto
Disfarçado de criança
Que me indaga nesta dança
Conduzindo-me ao delirar
Pedindo minha mão cansada
Acreditando que no fim desta jornada
No interrupto fim da dança
Peça-me que o acompanhe
Na caminhada que não pode
E jamais irás parar
Pois te procuro em outro
E queria que fosse ele
No instante em que me beija
Para sempre o outro ele seja
Já que sei que não és
Pois é outro que a beijar estais
Talvez pensando em mim.
-Pare podre ser!


Dedicado a "Marli".

quinta-feira, 11 de junho de 2009

MARCA

Sou sua cicatriz que te faz lembrar,
Do quanto sou o único
Que lhe pode amar
Não este amor mortal,
Tão real!
Mas este que se confunde com o tempo,
Com a razão.
Que nos faz lembrar
Com esta emoção.
Sou teu fogo que arde, lhe queima,
Lhe faz sentir-me perto.
Mesmo com tempo e a distancia.
Nunca nos separamos, estou certo.
Estou em cada delírio,
Cada pensamento.
sou seu sonho bom,
seu tormento.
Sou sua marca corrosiva.
Marcada a ferro, a fogo a fio,
Em carne viva.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Texto em agradecimento A Bárbara Perez, que dedicou sua obra “Loba” a este amigo e tão fiel Afilhado Poético.

Tal qual a um arlequim que vem sem ser esperado, peço licença a todos para esta breve quebra de protocolo. Mas o que é o artista se não suas tantas quebras de protocolos impostos pela sociedade no decorrer de tantos séculos.
Uma excelente noite os distintos membros desta mágica casa de Letras, ao Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal, membros do administrativo deste tão querido município, demais autoridades, senhores, senhoras, uma boa noite.
A arte tem nos ensinado dia após dia com todas essas invalidações de idéias e formas de agirmos.
Mas vamos aos fatos.
Zeus, o Senhor do Olimpo, estava cansado e entediado, quando olhou para o povo Grego que tanto suplicava por sua ajuda e benção. Mas Zeus não entendia muito o anseio aquele povo. Então resolveu unir sua benevolência de deus e o seu enfado. Pediu a Apolo que criasse Nove Musas para inspirar e ensinar àquele povo. Doutrinar a eles o que era necessário para sua evolução e aprendizado. E assim Apolo fez. Criou as nove musas:
Urânia – a astronomia e a metafísica;
Clio – a história;
Polínia – a eloqüência;
Érato – a poesia leve;
Calíope - a epopéia;
Euterpe – a música;
Terpsícore – a dança;
E claro, Melpomene – a tragédia e Thália – a comédia “.
“A missão dessas duas últimas era dar a luz ao Theatro, para que além de divertir os Deuses com seus contos escritos por Érato e Calíope, acima de tudo era a de representar através da arte cênica as dores e alegrias de um povo quando este não tiver quem ou a oportunidade de expressá-las”.
Esta é a principal missão de todos nós artistas. O artista não é só aquele que vemos nos filmes, na TV e no Teatro. Artista é todo aquele que usa da arte sua principal fonte de vida. E de vida espiritual, a nutrição da alma.
Artistas não precisam de toque ou da visão para se comunicarem e se conhecerem. A cada vez que lemos os desabafos poéticos de Mario de Sá Carneiro, nos sentimos mergulhados em sua alma. A cada boa história lida nos livros de Jorge Amado, nos sentimos em plena Salvador e vivendo o intrigante velório de Quincas Berro D’água. Ou nos arrepiamos e nos embebêssemos com os prazeres carnais contidos na Comédia da Vida Privada de Nelson Rodrigues.
A arte tem o poder de aproximar pessoas e lhes mostrar o quanto podemos ser quem quisermos no mundo mágico da arte, e trazer a tona, para a realidade toda a forma artística de viver a vida com cada gota de emoção e verdade. Afinal, não se chega à conclusão se a arte que imita a vida ou é a vida que imita a arte. Pois eu me atrevo, como artista, a responder-lhes: é tudo a mesma coisa!
A vida é uma peça escrita pelos Deuses que são os Grandes Diretores que nos convocam a encenar cada ato de nossa existência. Nossa cidade, nossa rua, são os cenários; nossa família e amigos são nossos coadjuvantes de tanta importância para nossas mais belas cenas. Mas o texto, o enredo, cabe a nós escrever e delinear cada cena. Nos é dado esse presente de escrever a nossa história.E cada obra de arte, quadros, esculturas, livros, encenações, o circo, “o Teatro”, são os portais que nos colocam diante desses Deuses para que possamos refletir sobre nós mesmos.
Eu agradeço aos Deuses Sagrados por ter escalado esta minha tão amada Madrinha Poética, minha tutora Bárbara Nômade para me auxiliar a escrever os melhores atos desta nossa peça. Bárbara não é só uma grande crítica de meu trabalho, é uma incentivadora de meu talento. São poucos os companheiros de cena que tem o potencial de fazer de nosso texto um espetáculo à parte. Bárbara Perez, a Nômade. Seu próprio nome já nos remete a sua essência. Seu nome já expressa toda sua grandeza e presença de espírito. A sádica Grandeza de beleza e magnitude que brinca com estes meros mortais; e Nômade, a peregrina. Então: a Grande beleza que percorre as almas.
Como sou filho das coxias, lhe conto um breve histórico para, com o teatro, lhe agradecer.
Quando o Teatro Municipal da Cidade do Rio de Janeiro estava em seu inicio, os atores não tinham acesso ao palco antes dos espetáculos começarem. Mas eles queriam saber se auditório estava lotado ou não. Então eles desciam até os porões do prédio para de lá verem a entrada do Teatro. O que eles conseguiam ver era o chão da entrada principal. A visão era apenas as fezes dos cavalos que compunham as carruagens que deixavam seus proprietários na entrada do prédio.
Portanto quanto mais fezes, mais carruagens, mais carruagens, mais pessoas, mais pessoas era sinal de platéia cheia. Então nasceu a tradição de antes dos espetáculos, os atores desejavam “merda” uns aos outros.
De todo o coração, com a alma poética contida nesse reles arlequim, desejo a este lar de cultura e à minha tão querida Madrinha Poética, teatralmente falando: “Merda!”.
A sua homenagem a mim, querida Tutora, torna-me mais do que feliz em saber de seu carinho por reles poeta. Mas não recebo este carinho sozinho. Esta comigo, em espírito e em meu coração:
Minha mãe: Ana Maria Pacheco. Meus tão queridos amigos, Jocimar do Carmo, Alan Alves, Mariana Beatriz, Doca Faria, Hélida Luna, Carolina Moreira, Felipe Chambela, Wanderléia Garcia, L.C. Pirovani, Naor Soares, Vanessa Lopes, Maxwel Riva, Junior Paradizo, Shayana Rouxinou, meu querido Anjo Eberton Ruchdeschel e a todos os membros de meu Clã, a nossa familia que os Deuses permitiram escolher e outros tantos que estiveram aqui em meu palco comigo.
Originalmente este texto foi dedicado a meus meninos do Grupo de Teatro “Dramática Loucura”, grupo este que eu formei em Dores do Rio Preto e digo: aprendi mais com eles do que eles mesmos imaginam. Mas receba-o também como seu agora como forma de homenageá-la nesta tão cheia de fábulas noites desta casa tão rica em contos, estas linhas simples, mas que nos descrevem com a precisão da essência dos Deuses.
Dramática Loucura
Tenho um pacto com os Deuses da arte. O dever de sonhar. E acreditar sempre em meus sonhos. Pois mesmo sendo a única platéia que possuo, tenho que armar a prata e pedrarias, mirra e ouro, o melhor espetáculo que posso arquitetar. Crio cenários, figurinos, personagens, para fazer e inventar meu texto. E assim receber o que me é dado, nem que seja de mim mesmo: Os aplausos de meu próprio ser.
Sou Lúdico...
Sou Cênico...
Sou Dramático...
Sou Louco...
Teatro é a Arte de dizer o que deveria ser verdade
Dedico a minha tão amada Madrinha e Tutora Poética, a nossa Peregrina e Grande beleza que percorre as almas, Bárbara Perez, a Nômade.
Uma Boa Noite a Todos.

Jogo de Cartas

Caí o Rei de Espadas,

Sobe o Rei de Ouros.

E a Rainha louca sempre dá um jeito de reinar



Seus súditos, meras cartas

Só são usadas para o descarte.

A cada rodada usa-se mais os curingas

Para sujar o jogo

E mesmo assim, é canastra fechada

Onde reina o Rei de Paus

Que combina com sua cara

Mas que vale tal qual o de Copas



Reino onde só a Dama, o Valete e o Rei reinam

As meras cartas só servem para contagem

Uma a uma...

Elas caem sem saber para onde,

Só fazem canastras

Fechadas pelos Reis



De quando em vez aparece um Rei de Copas

Com coração bom e jogo limpo.

Mas um jogador logo dá um jeito

De trancar o jogo e fazer sua trinca

Onde os Reis de Espada impõem suas ordens



Caí o Rei de Espadas,

Sobe o Rei de Ouro.

E a Rainha louca sempre dá seu jeitinho

De continuar reinando.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

PASSADO IDIOTA

Ao ver os viajados contarem
De aventuras que por lá passaram
Me pergunto o que faço aqui
Num lugar que não tem nada
Nem pra oferecer
Nem pra mostrar
Penso que será
Que perdi tanto tempo
Ouvindo a tia Dalila falar:
“Que saudade daquele tempo!”
Como alguém pode ter saudade da mesmice?
E até fiquei surpreso
Quando ela me disse
Do baile dos Branco
E o Clube dos Preto
Que não ia Preto no Branco
Mais sempre tinha Branco nos dos Preto...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Um Anjo

Dedicado ao querido amigo Eberton Ruchdeschel, meu sempre querido Anjinho.






Por tantas vezes roguei
Que dos céus descesse um anjo
Para que feliz me fizesse
Sentir o que nunca senti
Com seu jeito de menino
Esse anjo um amigo se fez
E tal qual um golpe do destino
Amizade em amor se fez...
Me apaixonei por um ser
Que sempre soube o que quis
E aquele amor que eu pedia
Mesmo calado era o único
Que me entendia
Mas como pude acreditar
Em um amor que impossível era?
Por um anjo me apaixonei
Era amor impossível, mas sonhei
Só me resta o bem fazer
Para que juntos fiquemos:
Quando de amor eu morrer.

TIC-TAC

Tic-tac
Incessantemente me diz
Tic-tac
Te quero como nunca quis
Relógio maldito
Me faz esperar
Dia após dia
Já não posso parar
Tic-tac
Me diz todo tempo
Tic-tac
Me traz sofrimento
Como quem dissesse
Que o culpado sou eu
Como se me condenasse
De um crime não meu
Tic-tac
Me ponho a escutar
Tic-tac
Para te esperar
Tic-tac, tic-tac...

Vocês

Dedicado a todos os meus Amigos, meus meninos,
a minha família que o destino me permitiu escolher.
 ”Não somos uma família. Agente semos ‘Fâmilia’Um Clã “.





Companhia doce que me faz rir
Quando quero ser feliz
Já que sou só por tê-los
E não sendo só mais um
Mas parte de tudo
De todos...
Mais um!






Amo vocês.

CASA DO THÉO

       Dedicado a Théo, Jô, Alan, Leonardo, Gil, Jovana, Silene, Cimá, Claudinha, 
Jura e tantos outros dos “nossos” que pela Casinha da Roça passaram. 
Mas especialmente a Cristina, que não viu o pé de ficxos crescer.






Pode até ser só uma casa
Mas para nós não.
Mais que um lugar
Um recanto, um lar.

Mesmo com tantos copos
Mesmo com cinzeiros cheios
É um lugar material
Que se tornou espiritual

Talvez por verdades afloradas
Dos emotivos corações que devoram
Sabendo que um lugar no cafundó
Todos se tornarem um só

Dói ao sair de lá
Vivendo a esperança de voltar
Tantos aqui passaram
Energias aqui presentes
Com suas emoções e sofrimentos
Aqui encontram acalento


Saudades do que não volta
De quando abrir a porta
Com um lindo sorriso
Théo me recebeu

Uns não poderão mais vir
Porque rumaram ao eterno
Mas sempre iremos sorrir
De presenças tão ternas

Ela viu tanto choro e riso
Talvez seja por isso
Que na serra sempre quero voltar
Para o nosso Lar Doce Lar

Com um dono só
E um pedaço de cada um
Na casinha ao pé da serra
Sempre caberá mais um..
Oh Deus! Quem me dera!
Viver nesta casinha da Serra

CACOS

Resoluto indago-me:
Que ser é este,
Que ao recolher seus cacos
Pode-se então perceber
Que, à junção de seus pedaços,
Forjamos nosso próprio ser?
Embora ignoremos
Que somos parte de um todo,
Todo o resto,
Em nosso ser está.
Por isso, revolta-me
Quando me indago:
- Quem sou eu?
E a mim próprio respondo:
- Tu és todos os pedaços
do teu próprio ser...

o Pouco

O pouco é tão pouco
Que, de tão pouco,
Faz tão pouco
A ponto
De nos mudar um pouco
Para que um pouco de nós
Possa desatar os nós
Para lembrarmos,
Que somos pouco.

REFERÊNCIA

Dedicado a Jocimar, Alan, Wanderléia, Vanessa, Shayana, Aline, Doca e Hélida. Meus faróis.






Os benditos faróis
Que sempre zelam por nós
Estão sempre lá...
Sempre a nos esperar.
Mesmo que nunca os aponte, os veja.
Pois nada a fazer temos...
Mas sempre nos dão um lugar,
Para nos orientar
E nossos caminhos seguir,
Luminosa luz, a nos engolir.

PASSADO IDIOTA

Ao ver os viajados contarem
De aventuras que por lá passaram
Me pergunto o que faço aqui
Num lugar que não tem nada
Nem pra oferecer
Nem pra mostrar
Penso que será
Que perdi tanto tempo
Ouvindo a tia Dalila falar:
“Que saudade daquele tempo!”
Como alguém pode ter saudade da mesmice?
E até fiquei surpreso
Quando ela me disse
Do baile dos Branco
E o Clube dos Preto
Que não ia Preto no Branco
Mais sempre tinha Branco nos dos Preto...

CARNAVAL

CARNAVAL

Já não posso me esconder
Entre aqueles que passam
Por despercebidos sem perceber
Que neste baile de máscaras
Sabes quem sou,
E sei quem é você.
- Me reconheceu?
Sei que sim, é claro.
E mesmo com este meu disfarce
Tão rico em seus detalhes
De anjo errante,
Meu olhar é o mesmo
Aquele de sempre,
Para sempre penetrante.
Sabes como me descobrir,
Embora passando o tempo
Sei que continuei o mesmo
E, sei, continuas o mesmo,
Sei que também não mudastes..
Escondido nesta fantasia de Pierrô
Palhaço triste, que só sabe fingir
Ser feliz para a todos agradar
Mas sinto que estás cansado
De tanto fingir
Basta de festa!
Esta na hora deste baile acabar!
Venhas comigo neste caminho
Pares de sofrer, nobre palhaço,
É tempo de se desmaquilar.
Velho preconceito

MUNDO NOVO(1)

Que bom chegar aqui
Com os pés felizes
Ao tocar este chão


E espero que me dizes
Se há no mundo lugar tão bom
Com esta cor
Com este tom


Tom dos pássaros
Que não se cansam
De cantar aos que passam
Como se boas-vindas
Dessem a quem chega aqui


Nesta linda terra
Que escondida na selva
Guarda segredos da juventude


De não envelhecer por viver
Na sempre plenitude
De jamais se aborrecer


Quero sempre vir aqui
Com alegria nos olhos
De sempre chegar


Nesta serra floréstica
Tornada poética
Talvez pela Serra
Pela mata ou pelo povo
Deste lindo Mundo Novo.









(1)Nota do autor: “Floréstica” é um neologismo criado pelo autor. Ressalta a poesia das florestas. Fazendo bom uso do verbo “dizes” para dar sonoridade ao poema, já que gramaticalmente o correto seria “digas”.

[Poema] escrito em Mundo Novo, Distrito de Dores do Rio Preto-ES, e dedicado àquele que me ensinou a amar este lugar tão mágico, este mundo tão novo. Por que, então, não falar deste Mundo Novo? Obrigado, Théo.

PALCO DAS ILUSÕES

Achei sinceramente
Que eu voltaria a sorrir
Mas a tristeza lentamente
Pôs o mundo a cair sobre mim
E mostrou-me que nada sou
Só uma solitária personagem
Interpretando seu papel
Sem saber que nesta montagem
A única companhia que teria
Era a lua sobre o céu.
Encenei um alegre sonhador
Que achou que poderia
Brincar de sorrir
Mas depois de desabado o palco
Descobriu desperdiçados
Seus sorrisos por aí
Misturou todos seus sentimentos
Para expressar sua emoção
Mas desvanecidos como pluma ao vento
E partiram teu coração
Chorou ao rever suas emoções
Descobriu eternizado num monólogo
Em seu palco das ilusões

A Arte da Farsa

“A Fúria é um estado de espírito que nos mostra o quanto somos frágeis, quando nos colocamos diante de algo tão forte”.
Por muitas vezes me decepcionei com pessoas por estas mentirem para mim. Já padeci, como tantos, por ter sido vítima da mentira dita por alguém que eu não esperava que o fizesse. Não comigo...
Sempre fui um guerreiro na interminável batalha da verdade contra a mentira. Mas como a guerra é uma arte, e já que no caos aprendemos muito sobre o que é equilíbrio, também pude cotejar e até mesmo aprender um pouco sobre a mentira. Principalmente sobre aqueles que mentem.
Eu sempre fiz uso de um ditado que diz que “dentro da sua razão todo mundo tem razão”, e uni este com meus raciocínios sobre os ditos mentirosos.
Mentir acaba por ser da natureza humana. Uma forma de defesa. Não podemos desanimar graças a nossas percepções sobre os humanos. Após muito minudenciar, pude constatar que, por muitas das vezes, a mentira é a única forma de alivio da dor que estes ditos mentirosos possuem. Que a omissão da verdade é o caminho que eles encontraram para se esconder de suas dores e trapalhadas. Hoje já não possuo raiva das pessoas que me envolvi no passado justamente por isso. Eu após ter passado por todas as mentiras e omissões, eu pude aferir o quanto às mentiras que me contavam eram as verdades que queriam acreditar. Que as omissões da verdade era a forma que encontraram de se refugiar de suas dores. Como sou de Teatro, que de uma certa forma não deixa de ser a arte da farsa, fui questionado certa feita. Brincaram que não é aconselhável acreditar em um ator, ele pode estar encenando. E respondi dizendo meu mais singular jargão que diz que “Teatro é a Arte de Dizer o Que Deveria Ser Verdade”. E para ser mais claro ainda, eu peço que reflitamos sobre a mentira dita. Que não tomemos uma atitude drástica e julgadora antes de ao menos tentarmos entender o porquê do uso da mentira.
Nosso dever como humanos é aprendermos uns com os outros, inclusive com os erros cometidos por ambos. Não acredito que alguém deva ser julgado por apenas um ato cometido. Creio que o que temos que fazer quando amamos alguém que nos mente, é mostrar e auxiliar este a enfrentar a mentira.
E claro, continuarmos na luta para que a espada da verdade sempre seja usada.

Palco das Ilusões Uma forma poética de narrar uma autobiografia de uma vida na “Batalha”

O motivo pelo qual escolhi este nome para um livro de poesias, é porque sempre amei a arte da encenação. O Teatro está cada dia mais impregnado em minhas entranhas. Sou Diretor e Fundador de um Grupo de Teatro amador “Dramática Loucura” em minha amada terra, Dores do Rio Preto-ES, e sempre foi nas artes que extravasei meus mais profundos e misteriosos instintos. Com a poesia, a pintura e a arte cênica, eu pude colocar à tona, múltiplas facetas minhas, que fui aprendendo a conviver e aperfeiçoá-las com o tempo. E “Batalha”, é uma gíria no mundo Gay, que significa a quantidade de tempo que se é assumido, principalmente para si mesmo. Chamamos de “batalha”, pois realmente é uma incessante luta diária, com o preconceito e autopreconceito. Guerreamos dia a dia com dificuldades e obstáculos que a cada instante de tornam mais intensos em nossa vida.
Após passar por circunstâncias, que prefiro que não se repita, eu pude ver o quanto foi oportuno para mim o sofrimento. Percebi que nós –humanos – precisamos passar pelo sofrimento para nossa evolução. E o que inspira um artista não é a alegria, o amor. É o sofrimento que estes sentimentos – ou a falta deles – nos traz. Que o que procuramos durante toda nossa vida, somos nós mesmos nos outros.
Por isso dedico principalmente aos que me fizeram sofrer e as circunstancias que me levaram à dor. Como digo no início de minha obra, “Cresci”.