A cada vez que saio
Vou para um algum outro lugar,
Meu coração trasborda alegria
Ao ver a Pajé dando-nos as “boas vindas”
Depois do serra do Furtado,
E digo-me:
“Estou em casa”
E uma nostálgica melodia toda em meu peito
“minha cidade querida, lutarei por ti enquanto tiver vida”.
E esta mesma nostalgia me remete
A lembranças ricas de risos:
Consuelo fazendo broa e nós, todos totos,
Às seis da manhã, cantando atrás da banda de fanfarra
Na festa de Abril.
Paulo Braga, sempre com seu jornal debaixo do braço
Sentando-se na pracinha do Campo
Para jogar sua bisca com os demais moradores da Ilha Grande.
Renato e Bia chegando animadíssimos para o Carnaval nas Montanhas
E eu o Jô vestidos de pijama com um colchão no meio da praça,
Rindo dos mais sérios pais de famílias vestidos de mulher,
Inclusive o querido João Ribeiro empurrando um carrinho de bebê cheio de cerveja.
Da revolta misturada ao riso e ao mistério
pelo assassinado do gato do Padre Sirlei.
E a Vó Deca sempre o acalmando.
Das histórias do Seu Manoel Nunes
Tantas sobre a política da cidade
Que mesmo passado o tempo, sempre se repetem.
Das festas fora que todos já tinham partido para elas
E nós íamos na casa do Waltinho tarde da noite
Para ele nos levar, de táxi, que acabava sendo muito chic chegar assim.
Das boas risadas com a Margarida do Bem Vindo,
Sempre com uma história boa e nova sobre os riopretenses,
Claro, não é fofoca, é relato.
Das noites de bebedeiras no Tita
Que depois de certa hora começa a fechar a porta, varrer o chão,
E nós não se preocupando com o horário. Somos sócios.
Das tantas festas com meus meninos,
Das broncas que eu dava, e para não tê-las
Eles sempre davam um jeito de me jogar no meio da bagunça.
Das converças quentes e inteligentes na fria pracinha
Que não tinha ninguém
Mas nós estávamos sempre lá, sempre com assunto.
Dos visitantes e amigos,
Que vinham uma vez conhecer e queriam sempre ficar mais
E já eram amigos de todos na cidade.
Dos bons aprendizados
Dando por Dalva Ringuier
Para cuidarmos melhor sempre de nossa terra e de nossa gente.
Das brigas por política,
Onde todos se tornavam inimigos,
Claro, só até o dia das eleições.
E tantas outras e muitas histórias,
Que se relatadas ponto a ponto,
Personagem por personagem
Ficaríamos por dias, meses, anos
À relatar tantos choros e risos.
Por isso sempre quero ver essa minha cidade
Abençoada pelo “Majestoso e Imponente” Pico da Bandeira
Pelas graças da Serra do Caparaó
Como um belo jardim
Das minhas Flores do Rio Preto,
Pois Dores, só de saudade dos bons momentos.
Pois Dores, só de saudade dos bons momentos.
ResponderExcluirnossa, hud, você se superou nesse texto!!
parabéns!!!!
adorei MESMO!