quarta-feira, 1 de julho de 2009

FLORES DO RIO PRETO

A cada vez que saio
Vou para um algum outro lugar,
Meu coração trasborda alegria
Ao ver a Pajé dando-nos as “boas vindas”
Depois do serra do Furtado,
E digo-me:
“Estou em casa”
E uma nostálgica melodia toda em meu peito
“minha cidade querida, lutarei por ti enquanto tiver vida”.
E esta mesma nostalgia me remete
A lembranças ricas de risos:

Consuelo fazendo broa e nós, todos totos,
Às seis da manhã, cantando atrás da banda de fanfarra
Na festa de Abril.

Paulo Braga, sempre com seu jornal debaixo do braço
Sentando-se na pracinha do Campo
Para jogar sua bisca com os demais moradores da Ilha Grande.


Renato e Bia chegando animadíssimos para o Carnaval nas Montanhas
E eu o Jô vestidos de pijama com um colchão no meio da praça,
Rindo dos mais sérios pais de famílias vestidos de mulher,
Inclusive o querido João Ribeiro empurrando um carrinho de bebê cheio de cerveja.

Da revolta misturada ao riso e ao mistério
pelo assassinado do gato do Padre Sirlei.
E a Vó Deca sempre o acalmando.

Das histórias do Seu Manoel Nunes
Tantas sobre a política da cidade
Que mesmo passado o tempo, sempre se repetem.

Das festas fora que todos já tinham partido para elas
E nós íamos na casa do Waltinho tarde da noite
Para ele nos levar, de táxi, que acabava sendo muito chic chegar assim.

Das boas risadas com a Margarida do Bem Vindo,
Sempre com uma história boa e nova sobre os riopretenses,
Claro, não é fofoca, é relato.


Das noites de bebedeiras no Tita
Que depois de certa hora começa a fechar a porta, varrer o chão,
E nós não se preocupando com o horário. Somos sócios.

Das tantas festas com meus meninos,
Das broncas que eu dava, e para não tê-las
Eles sempre davam um jeito de me jogar no meio da bagunça.

Das converças quentes e inteligentes na fria pracinha
Que não tinha ninguém
Mas nós estávamos sempre lá, sempre com assunto.

Dos visitantes e amigos,
Que vinham uma vez conhecer e queriam sempre ficar mais
E já eram amigos de todos na cidade.


Dos bons aprendizados
Dando por Dalva Ringuier
Para cuidarmos melhor sempre de nossa terra e de nossa gente.

Das brigas por política,
Onde todos se tornavam inimigos,
Claro, só até o dia das eleições.

E tantas outras e muitas histórias,
Que se relatadas ponto a ponto,
Personagem por personagem
Ficaríamos por dias, meses, anos
À relatar tantos choros e risos.

Por isso sempre quero ver essa minha cidade
Abençoada pelo “Majestoso e Imponente” Pico da Bandeira
Pelas graças da Serra do Caparaó
Como um belo jardim
Das minhas Flores do Rio Preto,
Pois Dores, só de saudade dos bons momentos.

Um comentário:

  1. Pois Dores, só de saudade dos bons momentos.
    nossa, hud, você se superou nesse texto!!
    parabéns!!!!
    adorei MESMO!

    ResponderExcluir